Mensagem do Pe.Delair

Esta semana ainda não pude estar visitando na totalidade os irmãos e irmãs do hospital, mas meu coração bateu muito forte ao saber da vitória do menino Miguel, ao anunciar na Missa da ASFA que ele está totalmente livre de seqüelas e que sua vida seguirá nas dificuldades avante e contando com o apoio de pais tão fortes e corajosos...

Gostei também muito de ver Dom Antonio Maria Mucciolo presidindo a Missa pelo centenário do seminário São José de Botucatu e ver e ouvir quão sóbrio e tranqüilo está... Coisa boa ver as pessoas bem e demonstrando a firmeza na fé e na coragem de não parar no caminho de forma alguma.

A simplicidade de Dom Maurício vem a toda prova a mostrar que a gente deve saber estar disponível para que o outro cresça...


Coisas assim ainda me vêm ao coração para ainda crer no ser humano... Como aquela mãe agoniada que me veio a implorar que orasse pelo filho dela que está preso e que tem que pagar pelos erros cometidos, mas me disse da dor e da saudade que sente, mas se mantem firme na ânsia de ver acontecer uma graça em sua vida.


Nesta quaresma estou buscando o amor de Deus que se manifesta no irmão e na natureza como pede a Campanha da Fraternidade deste ano... Buscando ver como podemos fazer algo antes de perder o bem maior dado por Deus a nós: a vida.


Como andamos desleixados com os bens doados por Deus!


Sabe que fico injuriado quando me vem o povo a dizer que a culpa é deste ou daquele querendo esquivar-se do problema e continua a fumar, a beber, a jogar lixo fora do lugar, a contaminar nossas águas e ar? Fico mesmo “esconfruado” como diz meu padrinho de ordenação Pe. Carlos.


Precisamos urgentemente bradar ao mundo que devemos começar por nós mesmos a não deixar o mundo gemer em dores de parto e eu diria: em dores atrozes de morte.


Estes dias, como disse na pregação da Missa na ASFA eu fiquei muito bravo de ver pessoas com adesivos católicos e tercinhos dependurados em seus retrovisores veiculares jogando latas e lixos nas ruas de nossa cidade e em nossas rodovias e me assolou uma pergunta “caborteira”: porque somos assim? Porque destruímos as coisas e porque temos este negativismo absurdo em nossas mentes e modos de vida?


Porque somos por vezes tão negativos diante das coisas que a vida nos apresenta?


O povo vive atrás do que não serve... Do que faz mal.


Muitas vezes nos entregamos às coisas ruins e acabamos por destruir as coisas perfeitas dadas pelo criador para nossa administração; mas aparecem novos profetas a dizer que a vida ainda vale a pena... Assim como aqueles que pronunciei no início destas linhas.


Não podemos nos esquivar de nossas atribuições e culpa por o mundo estar como está, mas podemos fazer algo ainda e, como sempre digo (escrevo): se estou vivo é porque ainda tenho algo a fazer.


Vamos despertar para grande batalha em fazer do local onde moramos o melhor local para se viver?


Vamos fazer como diz aquela música cantada pelo Dunga (falando nisso ele vem ai num show em Botucatu): “pare de se lamentar; não queira aos outros culpar; diga por hoje não, por hoje eu não vou mais pecar”... E eu mudaria: por hoje eu não vou mais sujar, destruir destruindo-me e destruindo o outro pelo nosso pessimismo e comodismo.


Não paremos... É quaresma... É tempo de conversão e de luta...


É tempo de não alienar-se no pranto de quaresma, mas na luta pela páscoa de benção que pode acontecer aqui, aí e agora!


Este amigo e irmão que quer ser melhor a cada dia:

Pe. Delair Cuerva.




*** Faça desta quaresma a melhor que você pode fazer.